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Inteligência Artificial na Advocacia: Tendências, Oportunidades e Riscos
Nos últimos meses, uma pergunta vem ecoando entre os corredores (e Zooms) dos escritórios de advocacia: o que fazer com a inteligência artificial? Ignorar? Usar com cautela? Abraçar de vez?
O relatório Future of Professionals 2025, da Thomson Reuters, traz uma resposta curiosa. Segundo o estudo, advogados esperam economizar até 240 horas por ano com o uso estratégico de IA. Em outras palavras: 5 horas por semana. Ou, se você preferir ver em cifrões, quase US$ 19 mil de produtividade anual por profissional.
Mas o que mais me chamou atenção nem foi o número. Foi a lacuna entre saber disso… e fazer algo com isso.
Estamos avançando ou apenas digitando mais rápido?
O relatório mostra que 80% dos profissionais jurídicos acreditam que a IA terá um impacto transformador nos próximos 5 anos, mas apenas 38% enxergam esse impacto chegando ainda este ano. Pior: 30% dizem que seus escritórios estão indo devagar demais na adoção da tecnologia.
Não parece um pouco contraditório?
Se sabemos que a IA pode melhorar produtividade, reduzir erros, melhorar a entrega para o cliente e até reter talentos, por que ainda estamos “esperando para ver”?
Escritórios com estratégia têm mais resultados
Um dos achados mais diretos do relatório é este: escritórios com uma estratégia clara de IA têm 3,5 vezes mais chances de colher resultados concretos do que aqueles que adotam a tecnologia de forma improvisada ou pontual.
Sim, dá trabalho estruturar isso. Mas a recompensa é palpável:
- Eficiência e agilidade na produção jurídica
- Redução de custos operacionais
- Ganho de tempo para tarefas de maior valor
- Aumento da satisfação de clientes e equipes
A IA, quando usada com direção, não substitui o advogado — multiplica suas capacidades.
O advogado moderno ainda escreve petições. Mas não só isso.
O perfil do profissional jurídico está mudando. Segundo o relatório, 55% já sentiram mudanças no seu papel ou esperam mudanças nos próximos 12 meses. E mais de 88% dizem que gostariam de ter um assistente de IA específico da profissão.
O advogado moderno:
- Usa IA para analisar jurisprudência em segundos
- Redige minutas iniciais com apoio automatizado
- Monitora prazos e atualizações regulatórias com alertas inteligentes
- Faz comparações legislativas entre diferentes jurisdições em minutos
Isso não tira o valor humano do trabalho jurídico. Só tira do advogado o que é repetitivo, para que ele foque no que é estratégico.
Onde estão as barreiras, então?
Segundo os dados, ainda existem bloqueios reais — e compreensíveis:
- 91% dos profissionais dizem que a IA só pode ser usada sem revisão humana se for mais precisa que o próprio advogado.
- Há preocupações com privacidade, segurança da informação e uso ético.
- E, talvez o mais importante: medo de dependência excessiva da tecnologia e perda de habilidades humanas essenciais.
São receios legítimos, mas que precisam ser enfrentados com informação, governança e treinamento, não com negação.
Escritórios mais inovadores já estão:
- Oferecendo novos serviços baseados em IA
- Revendo modelos de precificação para refletir esse novo valor
- Contratando profissionais com perfil híbrido, que unam jurídico + tecnologia + estratégia
- E criando estratégias de IA alinhadas ao negócio — não só “brincando com ChatGPT no intervalo”
Ah, e um dado curioso: departamentos jurídicos corporativos estão adotando IA mais rapidamente do que muitos escritórios. Ou seja, os clientes já estão à frente. E esperando mais.
Se os clientes estão mudando, a tecnologia está evoluindo, os concorrentes estão se adaptando… qual vai ser o seu próximo passo?
A IA não é o fim da advocacia. Mas talvez seja o fim da advocacia que não quer evoluir.
Aqui na Arabia Comunicação, estamos acompanhando tudo de perto — não só para entender as tendências, mas para ajudar nossos parceiros e clientes a comunicar isso com clareza, autoridade e relevância.
O futuro do profissional jurídico não é ser substituído por uma máquina. É ser potenciado por ela.
E você, já está se preparando para isso?
Vamos conversar? Café e estratégia estão sempre no nosso radar.